miércoles, mayo 30, 2007

A Inigualável // foto: Felipe y yo en Clos-Lucé (Francia 2006)... gracias al portugés!

A Inigualável
Mário de Sá-Carneiro

Ai, como eu te queria toda de violetas
E flébil de cetim...
Teus dedos longos, de marfim,
Que os sombreassem jóias pretas...
E tão febril e delicada

Que não pudesses dar um passo -
Sonhando estrelas, transtornada,
Com estampas de cor no regaço...
Queria-te nua e friorenta,

Aconchegando-te em zibelinas
Sonolenta,
Ruiva de éteres e morfinas...
Ah! que as tuas nostalgias fossem guisos de prata -

Teus frenesis, lantejoulas;
E os ócios em que estiolas,
Luar que se desbarata...
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Teus beijos, queria-os de tule,

Transparecendo carmim -
Os teus espasmos, de seda...
- Água fria e clara numa noite azul,

Água, devia ser o teu amor por mim...





Hay poemas que no sé leerlos
en otro idioma que no sea el propio en que nacieron.
Aquí, vivo reflejo de lo que digo...
Mário de Sá-Carneiro...
un nuevo atardecer.

Belén, en Bélgica aún...

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